Onde surgiu a técnica?

     Há relatos de profissionais que trabalham há mais de trinta anos nos estados do Paraná e São Paulo, mas a técnica era muito rudimentar com ferramentarias improvisadas, como chifres de boi, cabos de vassouras e outros intrumentos feitos de vergalhão pelo próprio martelinho de ouro.  Ainda assim não se pode afirmar que a técnica surgiu aqui no Brasil, é provável que ela tenha chegado aqui com a vinda das montadoras estrangeiras, sobretudo, a Wolkswagen. O trabalho era realizado de maneira tímida e limitada nas linhas de montagens para resolver pequenas batidas.

O grande boom de divulgação e disseminação da técnica aconteceu com a vinda de uma franquia americana para o Brasil, primeiramente nos estados de São Paulo e Paraná e depois espalhando-se por outras capitais, como Rio de Janeiro e Salvador.

        Essa franquia trouxe ferramentarias apropriadas e desenvolvidas exclusivamente para a execução desse trabalho, além de uma formação técnica mais apurada, com uma metodologia aplicada desenvolvida pela propria empresa. Os profissionais formados por essa empresa, após rigoroso período de treinamento, eram designados Técnicos em Lanternagem sem Pintura,  naturalmente para  diferenciar-se do termo Martelinho de Ouro, que embora muito conhecido, remetia a idéia da técnica primitiva e rudimentar.

         Com o tempo os Martelinhos de Ouro mais tradicionais, renderam-se  também aos recursos da nova técnica, aproveitando-se de sua metodologia e e valendo-se dos seus recursos de ferramentaria.

E mesmo hoje, profissionais que não foram formados por essa empresa, foram influenciados por sua técnica, o que provocou no mercado um grande crescimento da procura por este serviço devido ao aumento da qualidade e especialização dos seus profissionais. Mas há algo que a nova técnica não conseguiu superar, foi a força do termo popular  Martelinho de Ouro, eu mesmo tentei por anos reforçar a idéia do nome Técnico em Lanternagem sem Pintura, mas ainda assim vários clientes, ignorando o termo lanternagem sem pintura,   me procuravam para fazer lanternagem convencional.

Com isso, concluí que Martelinho de Ouro não só era mais conhecido como também sintetizava e sub-explicava o procedimento sem deixar dúvidas a respeito do que se tratava.